A China, líder em exportação para o Brasil em diversos setores, como o de eletroeletrônicos, participa deste mercado com 30% dos itens comercializados. No mercado mundial, 70% dos produtos disponíveis são chineses.
De acordo com Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico Sensual (Abeme), os números demonstram a força do mercado nacional nesse setor e é um reflexo do aumento no número de consultoras que vendem por catálogo e atendem principalmente as classes C e D, que buscam preços mais baixos.
Para se ter ideia, em 2006 — quando surgiram os primeiros católogos com produtos sensuais e eróticos — eram apenas 300 consultoras. Hoje esse número chega a 40 mil. O aumento é creditado à adesão das distribuidoras de catálogos de produtos para casa e de beleza, que aderiram aos novos catálogos em 2007.
"Com o lançamento do filme 'De pernas para o ar', no início do ano, a procura tem aumentado ainda mais", diz Paula. O filme conta a história de uma executiva que, após ser demitida, entra para o ramo de venda porta a porta de produtos eróticos.
Mercado erótico conquista classes populares com vendas "porta a porta"
São Paulo, 4 abr (EFE).- A indústria de artigos eróticos no Brasil, que nesta quinta-feira inaugurou em São Paulo a 20ª edição da feira Erótika Fair, vem conquistando também as classes populares com vendas "porta a porta".
A presidente da Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), Patricia Aguiar, destacou em entrevista à Agência Efe que as vendas 85 mil consultoras através de catálogos e em pequenas lojas permitiu o "surgimento de novos consumidores", em particular da "classe C".
O setor movimentou no ano passado R$ 1 bilhão, ou seja, crescimento de 15% com relação a 2011, quando já avançara 18,5%, segundo um estudo da Abeme divulgado durante a abertura da feira.
Patricia enfatizou o aumento das vendas dos artigos "baratos", como o gel para o sexo oral e os lubrificantes, que juntos respondem por 39% do mercado.
Para a presidente da Abeme, a expansão do setor às classes populares e o aumento do número de consultoras foram impulsionados pelo conhecimento dos produtos e das inovações através da internet, da literatura e dos filmes que abordaram o tema no último ano.
Entre as novidades da feira está uma boneca de silicone, considerada por seus fabricantes como "perfeita" e cujo valor no mercado é de R$ 40 mil, além de novas técnicas de pintura sobre o corpo.
A feira deste ano, segundo Patricia, "é o reflexo da grandeza do mercado erótico brasileiro em sua diversidade de produtos, com 11 mil itens à disposição do consumidor e a grande gama de cosméticos sensuais em que o Brasil é o grande inovador mundial".
De acordo com a empresária, o mercado erótico global "acompanhou os avanços da cultura e da sociedade, junto à mulher, que se transformou nas últimas décadas para cuidar de seu prazer e do de seu companheiro".
"A imprensa, os filmes e a internet ajudaram a quebrar os tabus e a ver os acessórios eróticos não como artigos pornográficos, mas como elementos de uso íntimo para cuidar da saúde das pessoas", acrescentou.
A especialista também destacou a mudança do perfil dos homens dentro do mercado erótico.
"O homem já pensa mais em sua companheira, quer surpreendê-la e também passou a preocupar-se mais com sua vaidade", assinalou Patricia.